23.3.06

Os Utensílios

No galpão guardamos as enxadas enferrujadas.
E lá elas esperam a morte, como os velhos nos
[ asilos.
Esta foice não está mais afiada.
Este ancinho já não sabe limpar o cisco do pomar.

Mas não nos desfazemos de nada — é a nossa lei.
No depósito escuro onde repousam escorpiões
está até a chave que não abre nenhuma porta.

sob o voo das gaivotas
aqui os navios se escondem pra morrer.


(grandiosíssimo) Lêdo Ivo

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

po, eu desconheço o grandissimo :/ axei q fosse seu, jah ia ateh elogiar, agora nem vo mais hauhauha
:*

domingo, março 26, 2006 11:29:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Oi Fer, tudo bem?

Bonito esse poema, né? Faz-me pensar de quanto a rotina nos faz parecer ultrapassados quando perdemos certas habilidades... Pelo menos na arte têm se valorizado o mais antigo, aquelas madeiras cujas rachaduras são mais bonitas e valorizadas por terem uma verddadeira história para contar!!

Beijos e bom final de semana:-)

sexta-feira, março 31, 2006 6:42:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ahhh, legal vc ter me falado daonde era o MAsquerade, fiquei tão curiosa!!!

Não assisti o Fantasma não! Sabe qal eu morro de vontade? Morro dos Ventos Uivantes!! Vc já viu?

Bjs

sexta-feira, março 31, 2006 6:43:00 PM  

Postar um comentário

<< Home