31.7.07

os olhos do porto estão apontados, esperam. aquela presença no asfalto, com malas e fardos, o dorso para os preparos, atravessando a rua; a distância entre seu corpo e o porto é tão pequena.. mas não embarcam teus passos; os navios prepadados de idas e vindas pros que vagam como fantasmas pelo mundo... quase parecem exaustos por fiarem suas rotas a intinerários tão longos,
tão repetidos.
teus pés vistos daqui parecem bichos mortos vestidos de mim. daqui, do alto.. eu quase consigo acompanhar teus gritos no escuro da tarde, no fim da tarde; como um grito de pássaro que procura o ninho entre fios e postes, exilado.
teu corpo enrubescia, eu sentia mesmo estando do alto e tendo os sentidos míopes; não que fosse frio... mas minhas mãos tremiam. não que eu sentisse sono, mas minhas pálpebras insisitiam em adormecer; eu chorava, não sabia se por mim, ou por você.