10.4.09

Mas estou neste quarto, reviro os papéis e procuro ferramentas para minha intelectualidade. Tenho dificuldade com as palavras quando elas sonorizam e tratam de você e de mim. Tenho a voz timbrada à gagueira, um corpo quase madureza. Estou diante de um muro e fiz minha residência deste lado. Enquanto os outros passam, eu fico mais sozinho, desaprendida da conversa. Se preciso ir embora, coloco tudo nas costas. Tenho pressa sem motivo justo, quero que isso seja passageiro, que para o corpo seja depressa, mas se em prematuros vinte anos!
talvez esse silêncio dos cães e dos bêbados, do mundo, que não consola nem oferece respostas, seja um espaço de tempo necessário, um esforço que as vezes ele provoca. Posso sentir a viração como se estivesse num barco.
é preciso ir além dos órgãos confinados neste emaranhado de outras células, e ossos e água até o lado de fora. As mãos se tocam, as palavras se concretizam, tudo em voz alta, tudo para que o outro escute e perceba. Não acredito num outro além do que exponho. O que se é dentro de um quarto?