entretanto,
antes que viesses com seus passos estranhos, junto aos meus
pondo tudo em confronto,
transformando tudo em amontoados de ruínas -
eu era como todos os outros.
é porque através disto que eu me torno um outro.
Essa singular diferença me foi revelada inesperadamente:
ate este instante ela permanecia oculta,
pela instável embriaguez a que cheguei
(iludindo-me que podia ocultar tudo para sempre)
com a tua presença.
"Quem me tornou desse jeito (coisa maravilhosa!)
estava próximo de mim.
E me distraiu com a intensidade e o sabor indizível
que o seu gesto deu as minhas horas.
o medo de nao te ter mais do meu lado,
onde tu és meu amigo, mais jovem, porém, e viçoso
como um menino, e mais maduro e potente
como um pai que não sabe o quanto é divino
o seu simples membro -
são bem diferentes da consciência
de te perder por tanto tempo, talvez para sempre.
é a consciência da perda
que me dá a consciência desta mudança absurda.
que acontecerá desta noite em diante?
a dor da despedida se defronta
com este sentido trágico de um futuro
a ser passado (...)
e o que respondem, em silêncio,
a tudo isto
os teus olhos gentis e obscuramente impiedosos
(ou já distantes?)a tua intenção
é talvez a de
me empurrar até a estrada, até o fim?
queres dizer que, quanto à dor da separação,
eu poderia encontrar alguém que pudesse te substituir,
e recriar em mim aquêles sentidos de ternura e gentileza
nascidos há tão pouco e interrompidos tão bruscamente?
(...)mas agora,
neste adeus, nao só
me precipito para trás
mas muito mais atrás.
(teorema.)
antes que viesses com seus passos estranhos, junto aos meus
pondo tudo em confronto,
transformando tudo em amontoados de ruínas -
eu era como todos os outros.
é porque através disto que eu me torno um outro.
Essa singular diferença me foi revelada inesperadamente:
ate este instante ela permanecia oculta,
pela instável embriaguez a que cheguei
(iludindo-me que podia ocultar tudo para sempre)
com a tua presença.
"Quem me tornou desse jeito (coisa maravilhosa!)
estava próximo de mim.
E me distraiu com a intensidade e o sabor indizível
que o seu gesto deu as minhas horas.
o medo de nao te ter mais do meu lado,
onde tu és meu amigo, mais jovem, porém, e viçoso
como um menino, e mais maduro e potente
como um pai que não sabe o quanto é divino
o seu simples membro -
são bem diferentes da consciência
de te perder por tanto tempo, talvez para sempre.
é a consciência da perda
que me dá a consciência desta mudança absurda.
que acontecerá desta noite em diante?
a dor da despedida se defronta
com este sentido trágico de um futuro
a ser passado (...)
e o que respondem, em silêncio,
a tudo isto
os teus olhos gentis e obscuramente impiedosos
(ou já distantes?)a tua intenção
é talvez a de
me empurrar até a estrada, até o fim?
queres dizer que, quanto à dor da separação,
eu poderia encontrar alguém que pudesse te substituir,
e recriar em mim aquêles sentidos de ternura e gentileza
nascidos há tão pouco e interrompidos tão bruscamente?
(...)mas agora,
neste adeus, nao só
me precipito para trás
mas muito mais atrás.
(teorema.)